Fonte: O Globo
Em
um novo lance pela disputa do mercado, o Bradesco anunciou ontem a ampliação do
prazo de seu financiamento para a casa própria, de 25 para 30 anos.
A alteração
vale para todas as modalidades enquadradas no Sistema Financeiro da Habitação
(SFH).
Além
disso, o banco decidiu reduzir os juros em diversas operações do SFH. Nos
contratos pósfixados para imóveis novos e usados com valor de avaliação de até
R$ 120 mil, por exemplo, a taxa caiu de 10% para 8,9% ao ano. Isso equivale a
juros de 0,7% ao mês mais a variação da TR.
“Essa
taxa é a menor do mercado para imóveis nessa faixa financiados com recursos da
caderneta de poupança”, afirmou o diretor-executivo do Bradesco, Ademir Cossiello.
No
ano passado, a instituição financiou a compra de cerca de 50 mil imóveis
residenciais, no valor total aproximado de R$ 6 bilhões.
A
meta para este ano é alcançar 70 mil imóveis. Com isso, afirmou Cossiello, o
Bradesco espera aumentar, dos atuais 22% para 26%, sua participação no mercado
de crédito para a compra da casa própria.
O
aumento dos índices de inadimplência, como efeito da crise financeira global,
vem levando os bancos, desde o início do ano, a engessarem a liberação de
crédito e elevarem suas taxas de juros.
Movimentos
como o anunciado ontem pelo Bradesco parecem indicar uma melhora de cenário.
Antes do Bradesco, o Itaú e a Aymoré Financiamentos, ligada ao Santander
Brasil, já haviam anunciado a volta do prazo de 72 meses (equivalente a seis
anos) para o financiamento de carros novos.
Instituição
financeira vê estabilização da inadimplência Perguntado sobre o calote nos
empréstimos, Cossiello, do Bradesco, respondeu que há uma percepção de
estabilização dos índices de inadimplência – o que era previsto pelo mercado
apenas para o último trimestre.
“Essa
estabilização foi antecipada, talvez pela sensação de que o pior da crise já
passou”, afirmou.
O
Bradesco encerrou o primeiro trimestre com inadimplência de 4,3% da carteira
total, considerando os empréstimos vencidos há mais de 90 dias, contra 3,6% no
fim de 2008. No caso do segmento imobiliário, o índice de atrasos é de 2%.
Mas
o banco mantém uma postura conservadora ao comentar se vai seguir a decisão do
Banco do Brasil (BB), que anunciou uma redução de juros para diversas linhas de
financiamento e ainda aumentou o limite de crédito para mais de dez milhões de
clientes.
“Precisamos
ver qual foi a motivação do Banco do Brasil. Não conhecemos qual foi o critério
utilizado por eles”, disse Cossiello.
“O
banco continua atento aos índices de inadimplência. E quando há espaço para
avançar, o banco tem aproveitado isso.”
Procurados
ontem, Itaú e Santander não quiseram comentar os anúncios feitos por BB e
Bradesco.
Já
o HSBC disse, por meio de sua assessoria, que sempre analisa as possibilidades
de redução de taxas e que a tendência é acompanhar “o movimento da
concorrência”.